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O coração (do homem) da mãe é uma fábrica de ídolos

O coração (do homem) da mãe é uma fábrica de ídolos

Escrever um texto sobre maternidade me pareceu muito precipitado ou até mesmo presunçoso, considerando que vivo essa realidade há pouco mais de um ano. Mas se tem uma coisa que entendo bem é sobre a facilidade que meu coração tem de fabricar ídolos. “Quando você está chateada porque não consegue fazer algo que deseja, pode ser que esse algo tenha se tornado um ídolo em seu coração”. Christina Fox, escritora americana, disse essas palavras para um de seus filhos, mas tenho certeza de que elas poderiam ter sido ditas para mim e para você.

Assim como Calvino nos advertiu que “O coração humano é uma fábrica de ídolos. Cada um de nós é, desde o ventre materno, experto em inventar ídolos” não podemos nos esquecer que o próprio ventre materno também vem acompanhado de um coração idólatra. A grande questão com os ‘ídolos maternos’ é que eles requerem um pouco mais de trabalho para serem identificados, visto que podem estar profundamente enraizados ou legitimados pela nossa experiência emocional e cultural. Com isso em mente, e inspirada no texto de Christina Fox sobre o tema, convido vocês, mães inexperientes ou não, a refletirem comigo sobre três grandes coisas que podemos amar mais do que Deus ao nos tornarmos mães.

A primeira delas não poderia ser diferente, são os nossos próprios filhos. Quando começamos a viver para os filhos e para a felicidade deles, deixamos de lado nosso fim principal, que é glorificar a Deus e gozá-lo para sempre. Qualquer papel que nos propormos a fazer que fuja da nossa principal função nos trará frustração. Tentar encontrar realização nos filhos e por meio deles nos causará sofrimento, dor e decepção, pois em algum momento eles não irão responder às nossas expectativas ou falharão conosco. “Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim não é digno de mim; quem ama seu filho ou sua filha mais do que a mim não é digno de mim;” Mateus 10:37

O próximo ídolo, que chega de mansinho, é a afirmação. Comentários vindo de familiares e amigos sobre como estamos fazendo um bom trabalho podem nos servir como grande incentivo, mas dependendo de como recebemos esses elogios, podemos fazer florescer em nós o orgulho. Quando as críticas forem negativas ou não atenderem às nossas expectativas elas nos desanimarão. A busca de afirmação através dos nossos filhos também pode ser prejudicial, fazendo com que o amor deles por nós ocupe o lugar de Deus em nosso coração. “Pois, se alguém pensa ser alguma coisa, não sendo nada, engana-se a si mesmo. Mas prove cada um a sua própria obra, e então terá motivo de glória somente em si mesmo, e não em outrem; porque cada qual levará o seu próprio fardo.” Gálatas 6:3-5

O último pecado pode chegar antes mesmo do bebê nascer, o controle. Ao longo de toda gestação planejamos a chegada de algo tão esperado, mas quando percebemos que aquilo que esperamos nem sempre acontece ficamos ansiosas e preocupadas. Começamos com esse pecado na gravidez, mas o levamos conosco durante toda a vida de nossos filhos. Esquecemos de que melhor do que garantir que todo o plano saia como esperado, é confiar naquele que tem todo poder e sabe o que é melhor para nós. “Portanto, não vos inquieteis com o dia de amanhã, pois o amanhã trará os seus cuidados; basta ao dia o seu próprio mal.” Mateus 6:34

Se você, assim como eu, se identificou com um ou todos esses ídolos, não se desespere. A natureza humana é pecaminosa, e sempre buscaremos algo que não seja Deus para ocupar o vazio em nosso coração. O que realmente importa é como lidamos com esses pecados depois de identificá-los. A Bíblia nos convida a termos uma vida piedosa. A palavra de Deus é a única capaz de trazer à luz as trevas que existem no coração humano. Somente através da Bíblia conhecemos a Cristo e somos santificados pelo Espírito Santo.

Samantha Cantuária - casada com Davi e mãe de Boaz. É professora da Our Kingdom School e junto com sua família serve a igreja local em Belo Horizonte.

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